Conhece-te a ti mesmo
Estudar técnica vocal para mim sempre foi uma oportunidade de auto-conhecimento. Reconheci ao longo dos anos os limites do meu corpo, da minha voz, do meu emocional, da minha capacidade cognitiva e do meu "eu artístico".
Usar a voz para trabalhar, pode mexer com nosso ego, auto-estima pois, exige dedicação, cuidados, concentração.
Neste trajeto já chorei, sorri, gritei, muitas vezes gritei... E quase desisti.
Ás vezes confundo quem sou com a persona cantante dentro de mim e ás vezes até me esqueço dela.
Muitas vezes senti que dói "mexer" na voz, é um ponto alto da nossa identidade, mas que pode doer mais abandoná-la.
E para quem pensa que o caminho do auto-conhecimento é prazeroso... É cheio de dores, pesado mas estranhamente, algo lá no fundo gera uma grande satisfação. Embora, estudos e mais estudos só nos mostrem que não sabemos de nada. Então, quanto mais ansiedade por saber, menos oportunidade para fazer.
Depois de passar por várias fases eu chego num lugar onde descubro que o simples é o belo, mas preciso ainda encontrar tanto um quanto outro. Ou ainda, qual a minha verdade dentro deste conceito.
Eu falo aqui de música, mas busco encontrar estes sentidos vida afora. Pois a arte só reflete aquilo que já carregamos em nosso ser.
Eu faço um paralelo entre auto-conhecimento e estudos contínuos de técnica vocal, mas desejo que meu raciocínio assimile esta evolução se aplicando a todas as minhas particularidades.
Dessa forma para concluir, afirmo por experiência: as dificuldades são certamente inferiores aos benefícios que a alma recebe. Seja na técnica, na arte, ou na vida.
E que a caminhada do "conhece-te a ti mesmo", é cheia de altos e baixos, não importando o caminho. E que os conceitos se formam dentro de nós durante a caminhada portanto, cada um tem um trajeto a fazer e um olhar a lançar sobre a paisagem.
Porém, existe um lugar onde o pouco que somos e o pouco que temos pode ser muito.
Luz para todos.
Keidma

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