Qual nossa verdadeira voz?



Conforme o título, outra pergunta que não cala na minha cabeça...
Sabemos que o que somos é fruto de uma construção a qual estamos sujeitos desde que nascemos, conforme somos expostos as ocorrências vamos sendo moldados pela vida.
E no meio de tudo isso, está o desenvolvimento da voz...
Basicamente a utilizamos para exprimir pensamentos, sentimentos, sensações e comunicação.
Recebemos a influência da carga genética e da própria convivência com quem nos cria tendo como resultado nosso timbre, impostação vocal, projeção e respiração enquanto falamos. 
Mas, vamos refletir: qual a relação que temos com a essa voz? 
No meu caso, sempre exigi muito da minha, aprendi a cantar antes de falar, 
na escola me esmerava em apresentar bem um trabalho diante da classe, e na adolescência não  temia a necessidade de opinar sobre algo.
Mais tarde ao estudar técnica, eu precisava atingir todas aquelas notas com a qualidade que eu mesma definia. Deste modo, concluo que tive uma relação muito intensa e pessoal com minha voz e certamente, isto me leva a uma profunda reflexão.
Cada um de nós estabelece padrões vocais para indicar o que queremos expressar, mas, qual voz teríamos se não tivéssemos medo de expor nossas ideias, se não tivéssemos este sotaque, se nossa educação tivesse sido outra, se tivéssemos outra cultura ou se tivéssemos ou não pertencido a alguma religião?
Então, até que ponto a voz que eu falo/canto é realmente minha ou representa o que eu realmente sou/desejo? Do que eu realmente gostaria de que essa voz fosse capaz? Ou ainda, o que eu gostaria de dizer mas não consigo e por que?
Certo, são muitas perguntas... Acessar a voz interior é uma tarefa inicialmente difícil, e fazer a conexão entre voz interior e voz acústica/exterior, ainda mais. 
É um trabalho de auto-conhecimento ou auto-exploração eu diria. Um processo que todos teríamos de passar, inclusive, com auxílio de técnicas variadas afim de que reconheçamos nossos limites e aprendamos a lidar com nossas emoções. E que organicamente sejamos apresentados à nossa voz como quer que ela esteja, biologicamente falando, até lapidá-la feito um diamante.
Num trabalho de reconstrução total do nosso som firmando assim nossos próprios conceitos sobre a nossa comunicação, e reafirmando inclusive nossa personalidade.
Nossa voz verdadeira é aquela que mais fielmente nos representa, aquela que conseguimos controlar ao expressar o que a alma deseja dizer.
sendo assim estudar técnicas vocais é permitir auto conhecimento e aprofundar-se em si mesmo.
Seja como for, nossa voz é um valioso presente, cuidar da saúde desta é o mínimo que podemos fazer, antes mesmo de conseguirmos acessar todas as respostas que buscamos. 
Assim como pensamos cuidar de tudo em nós, aprendamos a valorizar e avaliar o som da nossa VOZ para que esta revele, sempre mais fielmente, quem verdadeiramente somos e haja deste modo como um recurso capaz de encarar todas as nossas batalhas. 

Luz para todos
Keidma

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