Fontes

Nós bebemos de várias fontes ao longo da vida. Aprendemos de vários lugares com várias pessoas sobre o que é a vida, o que é o amor ou o desamor. Aprendemos ofícios, desenvolvemos habilidades, adquirimos conhecimentos mas ainda assim, em nossa experiência, por mais talentos e capacidades que possamos desenvolver, alguns de nós bebem mais da fonte do amargor, enquanto outros da sabedoria, e outros ainda da gratidão.

O que quero dizer neste texto é que não importa quem você seja, qual sua origem ou descendência, não importa o que você sabe fazer, ou o que fez para a sociedade, importa apenas qual o espírito que te levou a ser quem é, a fazer o que faz, a andar por onde anda.

Ou seja, qual sua real motivação? E o que você realmente transmite a quem está a sua volta ou com quem cruza na caminhada?

Eu sou professora de canto, ensino as pessoas a cantarem, sigo métodos, sou pedagógica, tento retirar o que há de melhor de dentro de cada aluno. Mas o que eu, em meus contatos semanais com estes alunos, verdadeiramente ensino?

Certamente, cada um aprende o que tem condições de aprender, técnica ou emocionalmente. Por exemplo, meu irmão e eu temos os mesmos pais e fomos criados juntos, recebemos ensinamentos semelhantes sobre os valores da nossa família, mesmo assim, posso dizer que, cada um de nós teve um pai e uma mãe diferente, fruto do nosso próprio olhar sobre o mundo. 

Por sermos únicos, e bebermos de fontes distintas, onde um era repreendido e ficava com raiva, o outro poderia enxergar o amor na repreensão, enquanto um era grato pelo que tinha o outro poderia pensar naquilo que não tinha. 

O fato é que geralmente aprendemos e ensinamos as mesmas coisas...

Além de oportunizar que meus alunos manifestem sua arte livremente, confiem na eficácia dos estudos tentar e levá-los a acreditar no poder de suas vozes, quem sou eu para eles? Pois quem eu sou, sempre ensina algo. 

Aprendi com vários mestres, alguns extremamente significativos na minha carreira profissional, mas, tão angustiantes fontes cercavam aqueles ensinamentos que, por mais que eu aprendesse, mais confusos se reviravam meus pensamentos sobre mim mesma. Desta forma tornou-se mais importante o que eu faria com o aprendizado do que o oficio em si, tornou-se superior ser grata pela mentoria e correr atrás daquilo que julguei estar faltando.

Pois não desejo mais beber da fonte do amargor e sim da sabedoria. Porque sempre é tempo de aprender e ensinar.

Entretanto, constantemente tento beber de fontes de conhecimento que me aparecem no caminho, e em tudo procuro enxergar oportunidade de aprendizado. Mas quando nosso ego não nos permite enxergar nossas falhas, ou quando somos pequenos demais para perceber um ensinamento, erramos e perdemos a oportunidade de acertar.

Ser humilde para aprender significa apenas estar aberto à lições, seja de como fazer ou de como não fazer algo, pois não precisamos seguir à risca todos os exemplos que temos. 

Tudo depende da fonte com a qual você tem se alimentado, pois estas águas determinarão a sua perspectiva sobre o mundo que te cerca.

Fica aqui uma pergunta: O que seus filhos aprendem com você? Ou o que você gostaria de ensinar a seus filhos?

Luz para todos.



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